Cães saudáveis
O Cavalier é de forma geral um cão saudável, mas, assim como outras raças de cães, pode apresentar doenças.
O controle de doenças cabe aos criadores no trabalho de seleção genética de seus cães reprodutores e na pratica constante de exames, para que aconteça cada vez menos casos de animais doentes.
Aqui em nosso canil de cavalier a preocupação em criar cães saudáveis e felizes é muito grande!
Constantemente avaliamos clinicamente todos os nossos cães, através do exame clinico, no qual avaliamos a saúde de modo geral: pele, boca, orelhas, articulações, avaliação neurologica e todo o animal de forma geral.
Constantemente também avaliamos o comportamento de nossos cães, é muito importante para nós que estejam felizes, brincando e interagindo bem com os demais, isso nos diz muito sobre como este cão esta emocionalmente, o bem-estar é fundamental.
Conforme é indicado para a raça cavalier, fazemos anualmente os exames de ecocardiograma, para controle da Doença da Válvula Mitral e exame oftalmológico, para avaliação da saude ocular. Todos os nossos cavaliers possuem exame de DNA (por parentesco ou o exame) para as doenças Keratoconjuntivite Sicca e Dermatose Ichthyosiforme (Curl Coat e Dry Eye) e para a Hipertonicidade Muscular (Episodic Falling).
A avaliação da articulação coxo-femural também é feita em todos os nossos cavaliers através do exame radiográfico, pois desta forma prevenimos a displasia coxo-femural e aproveitamos o mesmo raio x para reavaliar as patelas.
Dentre todas as doenças possíveis algumas são de maior ocorrência em determinadas raças. As doenças que comumente acometem o Cavalier King Charles Spaniel são:
A doença da valva mitral (MVD) é a doença mais comum na raça. Acomete todas as raças pequenas menores de 10 quilos. Trata-se de uma degeneração da válvula mitral, que quando degenerada não fecha normalmente permitindo que parte do sangue retorne. Cerca de 10% de todos os cães sofrem de alguma doença cardíaca sendo a MVD de maior ocorrência em cães idosos de todas as raças. Os sintomas podem variar de tosse persistente à cansaço ao exercício. Cães que não toleram bem exercícios, parecem cansados ou apresentem tosse devem ser examinados. Outros achados podem incluir: retenção de líquido, no pulmão (edema pulmonar) ou na cavidade abdominal (ascite).
Todos cães devem ser examinados anualmente por veterinários habilitados e exames complementares como ecocardiograma ou dopler cardíaco podem ser utilizados para um diagnóstico mais conclusivo em caso de suspeita da doença.
Todo criador deve realizar exames periódicos em seus cães utilizados como reprodutores.
A seringomielia (SM) é uma doença muito séria na qual cavidades repletas de líquido se desenvolvem ao longo da medula espinhal mais próximo ao cérebro. Também é conhecida como “doença da coceira do pescoço”, porque um dos sinais clínicos mais comuns é a coceira na região do pescoço.
O cranio também pode ser pequeno para acomodar o cerebelo que pode ser pressionado contra o forame magnum bloqueando parte do fluxo do líquido cerebro espinhal (LCE), que normalmente deve fluir por toda medula espinhal. Esta variabilidade na pressão do fluxo do LCE pode ser a causa da formação de cavidades ao longo da medula espinhal, chamadas de syrinx.
A dor é o principal sintoma da doença. Inicialmente pode apresentar-se como uma hipersensibilidade na região do pescoço que pode evoluir para dor intensa ao redor da cabeça, pescoço ou ombros.
O método disponível para diagnóstico até o momento é através da ressonancia magnética que permite ao medico veterinário examinar toda a medula espinhal para verificar qualquer anormalidade que possa vir a obstruir o fluxo de Líquido. O exame é realizado sob anestesia geral.
* Otite secretória primaria media: leva a formação de secreção muito viscosa podendo causar o entupimento do canal auditivo, os sintomas podem ser parecidos aos da seringomielia pela dor no ouvido que reflete em sensibilidade da região do pescoço e cabeça como um todo.
Esta doença ainda pouco conhecida no meio cientifico parece ser especifica da raça. Foi reportada pela primeira vez na Inglaterra por Barnett em 2006.
Existem dois fatores ligados a doença:
1˚ ceratoconjuntivite sicca: trata-se da falha na produção de lágrimas levando a complicações oculares severas devido a uma superficie ocular seca levando a traumas e infecções.
2˚ dermatose ichthyosiforme: falha da função normal da superficie da pele levando a coceira, vermelhidão, descamação e dor.
Tanto uma como outra forma aparecem nos cães ainda filhotes e estes geralmente são sacrificados devido a dificuldade de tratamento.
Felizmente hoje já existe um teste de DNA que identifica e separa 3 grupos: livres, portadores de 1 fita de DNA positiva e os animais positivo (com 2 fitas). Este exame veio a facilitar o trabalho dos criadores em controlar a doença. Os cães positivos (2 fitas) devem castrados e um animal positivo para uma fita só deve ser acasalado com outro livre da doença.
Acredita-se que mais da metade dos Cavaliers pode apresentar um baixo número de plaquetas e ou plaquetas gigantes no sangue. De forma geral esta condição é comum nos cães Cavalier KCS, uma vez que estes não aparentam nenhum problema de saúde. Claro que existem exeções e qualquer sintoma como sangramento, manchas avermelhadas pelo corpo, presença de sangue nas fezes ou na urina, letargia ou fraqueza, se observado é necessário exame veterinário para o correto diagnóstico.
Como estes achados no exame de sangue alarmam qualquer clínico veterinário, esta condição fisiológica especial da raça deve ser INFORMADA ao veterinário quando exames de sangue forem necessários. Devido as células gigantes a contagem manual de células é a mais adequada para a raça.
Como muitas outras raças o Cavalier KCS pode ser acometido, transmitido pela via hereditária, pela luxação de patela.
A patela é a “capa” do joelho. Deve estar localizado e deslizar ao centro da articulação do joelho na parte distal do femur, troclea. Uma patela luxada é aquela que “corre fora de seu “encaixe”. Condições genéticas que podem levar a luxação são: fossa troclear rasa, quando o encaixe não é fundo suficiente para acomodar a patela; ligamentos e músculos que envolvem a região do joelho, femur e tibia fracos ou frouxos. E uma condição de fácil diagnóstico e deve ser observada ao longo da vida no caso de um cão afetado por este problema.
A displasia coxo-femural é uma doença comum e hereditável comum em diversas raças e o Cavalier KCS é uma delas. Trata-se de um desenvolvimento anormal do quadril que pode levar a diferentes graus de artrite (também conhecida como doença articular degenerativa, artrose ou osteoartrose). Os sintomas iniciais incluem elevar o quadril ao correr, dificuldade ao levantar ou ao subir escadas. A
Fundação ortopédica para animais – Orthopedic Foundation for Animals (OFA) da Inglaterra, pais de origem e onde a raça é mais estudada, recomenda que os animais tenham pelo menos 2 anos ao serem avaliados e que criadores examinem seus reprodutores com frequencia.